Na área da actual ZPE “Pico da Vara / Ribeira do Guilherme”, ocorrem vários habitats incluídos na Directiva Habitats, de interesse comunitário, salientando-se três tipos, que, pela sua importância e ameaças que enfrentam, constituem habitats prioritários da Rede Natura 2000: as “Laurissilvas Macaronésicas”, que constituem o habitat preferencial do Priolo; os “Matos Macaronésicos Endémicos” e as “Florestas Macaronésicas de Juniperus sp.”
A laurissilva litoral dos Açores é composta principalmente por espécies como Picconia azorica (Pau-branco) e Myrica faya (Faia-da-terra). Após a faixa litoral encontramos uma laurissilva termófila cujos representantes, para além de Pau-branco e Faia-da-terra, são ainda Laurus azorica (Louro), Prunus azorica (Ginja-do-mato), Viburnum trileasei (Folhado) e Frangula azorica (Sanguinho). Por último, encontramos uma laurissilva de altitude, a qual, para além de Louro, é caracterizada principalmente pela presença de Ilex azorica (Azevinho). O habitat natural do Priolo compreende a laurissilva termófila não costeira e a laurissilva de altitude.
As principais espécies de flora com relevância na problemática da conservação do Priolo e do seu habitat, e que constituem as espécies-alvo do Projecto LIFE Priolo, podem ser classificadas da seguinte forma:
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Espécies nativas alimentares para o Priolo
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| Nome Científico: Ilex azorica
Nome Comum: Azevinho
Família: Aquifoliaceae
Ecologia: Na floresta Laurissilva, arborescente mesófila e exposta, ravinas (250-750m).
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Graciosa)
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| Nome Científico: Leontodon rigens
Nome Comum: Patalugo
Família: Asteraceae
Ecologia: Taludes rochosos crateras, declives costeiros, pastagens naturais (20-900m).
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Santa Maria, Graciosa, S. Jorge e Faial)
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| Nome Científico: Vaccinium cylindraceum
Nome Comum: Uva-da-serra
Família: Ericaceae
Ecologia: Floresta de louro e cedro. Colonizadora em substrato rochoso recente e não antropizado. Locais húmidos expostos, bosques, fendas, cavidades montanhosas abrigadas, cortes abruptos de areias, formações arborescentes naturais pouco expostas (>300m).
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Graciosa)
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| Nome Científico: Prunus azorica
Nome Comum: Ginja, Ginjeira-do-mato
Família: Rosaceae
Ecologia: Planta quase extinta, existindo em ravinas sombreadas e crateras (500-600m). É também uma importante espécie para o habitat o Priolo, do ponto de vista estrutural.
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Santa Maria, Graciosa e Corvo)
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| Nome Científico: Luzula azorica
Nome Comum: Sargasso
Família: Juncaceae
Ecologia: Muito resistente à secura. Pioneira em cortes abruptos de areias. Altitudes elevadas, Laurissilva de montanha, prados naturais húmidos com espessa camada de húmus ou tapete musgoso de Sphagnum e Polytrichum (200-1100m).
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Santa Maria e Graciosa)
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| Nome Científico: Rubus hochstetterorum
Nome Comum: Silvado-manso
Família: Rosaceae
Ecologia: Ravinas, precipícios, Laurissilva densa, sebes naturais, margens de caminhos (300-700m).
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Graciosa)
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Espécies exóticas com importância alimentar para o Priolo
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| Nome Científico: Clethra arborea
Nome Comum: Cletra, Verdenaz
Família: Clethraceae
Ecologia: Escapada ornamental. Apesar de alimentarmente importante para o Priolo desempenha sobretudo um papel de invasora agressiva da floresta de laurissilva, taludes, ravinas, declives (500-800m).
Estatuto: Introduzida em S. Miguel / Endémica da Madeira
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| Nome Científico: Leycesteria formosa
Família: Caprifoliaceae
Ecologia: Escapada ornamental invasora. Declives e margens de caminhos, margens de florestas de Pittosporum, Laurus e plantações de Cryptomeria (500-800m)
Estatuto: Introduzida em S. Miguel
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| Nome Científico: Prunella vulgaris
Nome Comum: Erva-férrea
Família: Lamiaceae
Ecologia: Locais húmidos, margens e linhas de água, prados e lameiros.
Estatuto: Introduzida
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| Nome Científico: Polygonum capitatum
Nome Comum: Polígono
Família: Polygonaceae
Ecologia: Escapada ornamental. Ao longo das margens de caminhos e de taludes, escoadas de lava recentes (<800m).
Estatuto: Introduzida
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| Nome Científico: Scrophularia auriculata
Família: Scrophulariaceae
Ecologia: Margens e linhas de água, prados, estradas (200-600m).
Estatuto: Introduzida
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Espécies estruturais do habitat do Priolo
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| Nome Científico: Myrsine retusa
Nome Comum: Tamujo
Família: Myrsinaceae
Ecologia: Muito tolerante à secura, florestas de laurissilva pouco expostas, húmidas ou secas, correntes de lava, depósitos de materiais pomíticos (300-900m).
Estatuto: Nativa
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| Nome Científico: Laurus azorica
Nome Comum: Louro-da-terra, Loureiro
Família: Lauraceae
Ecologia: Laurissilva primitiva. Locais húmidos abrigados e irrigados, correntes de lavas, floresta mesófila, repovoamentos de baixas a médias altitude (<900m).
Estatuto: Nativa da Macaronésia
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| Nome Científico: Viburnum trileasei
Nome Comum: Folhado
Família: Caprifoliaceae
Ecologia: Floresta densa de Laurus, Juniperus e vegetação com Myrica e Pittosporum. Grutas de vegetação arbustiva, sebes, matos, margens de rios (400-800m)
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Graciosa)
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| Nome Científico: Erica azorica
Nome Comum: Urze
Família: Ericaceae
Ecologia: Calcífuga, muitos resistentes à exposição e secura. Floresta de louro e cedro, declives costeiros, lavas recentes (<1500m).
Estatuto: Endémica dos Açores
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| Nome Científico: Juniperus brevifolia
Nome Comum: Cedro-do-mato
Família: Cupressaceae
Ecologia: Árvore dominante das florestas açorianas entre 600-900m no passado. Hoje apenas sobrevive em áreas relativamente intocadas.
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Graciosa)
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| Nome Científico: Culcita macrocarpa
Nome Comum: Feto-do-cabelinho
Família: Dicksoniaceae
Ecologia: Matas húmidas e sombrias, crateras e torrentes de lava com camada de húmus delgado, solo nu, ravinas. Acidófila e termófila (150-800m).
Estatuto: Nativa
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| Nome Científico: Frangula azorica
Nome Comum: Sanguinho
Família: Rhamnaceae
Ecologia: Laurissilva, bosques de Myrica faya, clareiras, locais pedregosos, proximidade de linhas de água, sebes (500-700m).
Estatuto: Endémico dos Açores (excepto Santa Maria, Graciosa e Corvo)
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| Nome Científico: Picconia azorica
Nome Comum: Pau-branco
Família: Oleaceae
Ecologia: Matos xerófílos de Myrica-Pittosporum em pés isolados da floresta costeira (<750m).
Estatuto: Endémica dos Açores (excepto Graciosa)
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| Nome Científico: Woodwardia radicans
Nome Comum: Feto-do-botão
Família: Blechnaceae
Ecologia: Matas e florestas abrigadas, margens de regatos, ravinas frescas, rochas profundas e húmidas, florestas antigas de louro e Pittosporum sp., matos de urze (400-1800m).
Estatuto: Nativa
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Espécies vegetais exóticas que comprometem a conservação do Priolo e do seu habitat
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| Nome Científico: Clethra arborea
Nome Comum: Cletra, Verdenaz
Família: Clethraceae
Ecologia: Escapada ornamental. Apesar de alimentarmente importante para o Priolo desempenha sobretudo um papel de invasora agressiva da floresta de laurissilva, taludes, ravinas, declives (500-800m).
Estatuto: Introduzida em S. Miguel / Endémica da Madeira
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| Nome Científico: Hedychium gardneranum
Nome Comum: Conteira, Roca-da-velha
Família: Zingiberaceae
Ecologia: Escapada ornamental, altamente invasora, constitui uma grande ameaça à laurissilva açoriana. Sub-coberto de praticamente todos os tipos de floresta. Taludes naturais e antrópicos, campos cultivados, margens de bosques e caldeiras (<950m).
Estatuto: Introduzida
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| Nome Científico: Pittosporum undulatum
Nome Comum: Incenso
Família: Pittosporaceae
Ecologia: Escapada ornamental invasora, introduzida com sede de abrigo da laranjeira. Existente na forma de abrigos, matas e sebes, constitui uma das mais problemáticas ameaças aos bosques de baixa e média altitude de Erica sp. e Myrica faya (50-650m).
Estatuto: Introduzida
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| Nome Científico: Gunnera tinctoria
Nome Comum: Gunera, Gigante
Família: Gunneraceae
Ecologia: Escapada ornamental. Extremamente invasora em pastagens húmidas, ravinas e declives (500-700m).
Estatuto: Introduzida em S. Miguel
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Nome Científico: Acacia melanoxylon
Nome Comum: Acácia
Família: Fabaceae
Ecologia: Cultivada para madeira. Naturalizada, espalha-se em ravinas e florestas (<700m).
Estatuto: Introduzida
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